Skip to content Skip to footer
Mel Montesino

Uma ex-professora do Instituto Politécnico de Bragança lançou-se no negócio do mel, e agora produz também velas e sabonetes sob a marca «Montesino».

Sandra Barbosa avançou para a produção e extracção de mel depois de ter ficado numa situação de desemprego. O projecto começou com uma candidatura ao Programa Agro, como jovem empresária agrícola, que mereceu aprovação. Tratou-se de uma candidatura no valor de 120 mil euros, que previa a instalação de 400 colmeias, parte delas no Zoio, para conseguir um mel de alta montanha à base de urze, castanheiro e carvalho, em plena serra da Nogueira, e outras em Labia-dos, para conseguir um mel mais claro à base de rosmaninho. Actualmente tem em plena produção 250 colmeias, de onde extrai mais de uma tonelada de mel biológico, mas este valor deverá aumentar.

Na altura em que nasceu o projecto “tinha só a vontade, não tinha mais recurso nenhum”, admitiu a empresária. Procurou apoios, nomeadamente para arranjar instalações. Na sequência dessa procura estabeleceu um protocolo com a Câmara de Bragança e a Junta de Freguesia de Refoios, com vista à cedência das antigas instalações da escola primária, encerrada por falta de alunos há alguns anos e que se encontrava sem qualquer actividade. Em troca do espaço comprometeu-se

a dar formação aos apicultores sobre a produção de pólen e apicultura. Este ano ministrou o primeiro curso de estímulo à produção de polis e própolis, este último é, so-bretudo, utilizado para fins medicinais e incorporação em produtos dietéticos, cosméticos e fitofarmacêuticos.

A sua produção de própolis não é ainda significativa e está a ser usada, quase inte-gralmente, para a produção de sabonetes. No entanto, Sandra Barbosa considera que é uma boa aposta, uma vez que o produto tem um nicho de mercado, por exemplo, a Espanha é um mercado potencial, pois consome muito propale.

Sem o apoio financeiro do Agro, a empresária tem dúvidas se teria conseguido erguer o projecto. “Até porque funciona como um incentivo, todos os negócios têm altos e baixos, há dias em que apetece desistir, mas neste caso há a obrigação de cumprir a candidatura e somos obrigados a continuar”, admitiu.

A sede da Montesino, a marca com que trabalha, é em Refóios, onde está localizada a sala de embalamento do mel, em vias de contar com uma nova linha, bem como material relacionado com a produção apícola. Na cidade de Bragança instalou uma loja em Vale d’Alvaro onde se dedica à confecção de sabonetes à base de mel, azeite e pró-polis, e as velas em cera natural de abelha.

A loja é a montra da em-presa, uma vez que a candidatura obrigava à separação da produção e da vertente comercial, tal como exigem as normas de produção e certificação biológica.

Sandra Barbosa produz dois tipos de mel, um com aromas do rosmaninho e outro à base de urze e carqueja, ambos são vendidos simples, ou com frutos secos, como a noz, e a amêndoa.

Produz ainda os sabonetes à base de mel e velas de cera, a estas últimas está a dar-lhes uma nova utilidade através da criação de miniaturas adaptadas para ofertas de casamento e outras festas. Comercializa ainda chás de plantas naturais.

A maior parte dos seus clientes são de fora da região, por isso dispõe de uma pagina na Internet para divulgar a empresa e os produtos. “Temos de ir ao seu encontro dos clientes noutras zonas do país, como Braga, Porto ou Lisboa, mas os produtos têm tido boa aceitação, mesmo nas feiras ande tenho participado”, referia.

Sandra Barbosa foi docente do Instituto Politécnico de Bragança, fez um mestrado cuja investigação tinha por base a caracterização química do pólen da região, quando terminou o seu contrato de trabalho com aquela instituição de ensino viu-se numa situação de desemprego. Na altura frequentou vários cursos de formação profissional, nomeadamente de apicultura, e foi uma das formadoras que lhe conseguiu as receitas de fabrico de sabonetes, que desconhecia por completo. “Vi ali uma oportunidade de diversificar a actividade, até porque o mel é uma atividade sazonal, esta era uma oportunidade de trabalho para todo o ano”, contou.

Meteu a mão no mel e começou a fabricar sabonetes, introduziu novidades e associou ao mel as plantas aromáticas naturais para criar sabonetes esfoliantes, usa também as associações como propólen e pólen.

Lidar com as abelhas não é trabalho fácil, até já apanhou uma alergia, mas considera que é um filho que tem potencial na região, uma vez que o mel tem muita qualidade.

Carrinho0
Carrinho0