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Mel Montesino

Empresários “por amor” à região

 

Sandra Barbosa, Puri Fernandes e Paulo Costa são empresários por conta própria numa região onde não há praticamente oportunidades de emprego. Criaram as suas empresas e, em alguns casos, empregaram outros. Em comum têm o “amor” a uma região deprimida, onde ainda remam contra a maré.

 

Numa região em que a taxa de desemprego tem vindo a aumentar de ano para ano, com prejuizo sobretudo para os licenciados, devido à falta de oportunidades existentes, há pessoas que, ao invés de seguirem as tendências migratórias de fuga para o litoral, optam por investir e explorar o terreno árido que é o Interior. Onde falta tudo, há sempre oportunidades a desvendar, mas, para vencer, é preciso muita persistência, força de vontade e criatividade.

No caso de Sandra Barbosa, natural de Guimarães, a aposta foi
“uma fuga para a frente”. Depois de anos a leccionar no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), viu-se confrontada com o desemprego e sem nada a que se agarrar.

Sem alternativas e ao fim de dois anos no desemprego, decidiu avançar com a criação de uma unidade de processamento dos produtos apicolas. A área de trabalho acabou por ser aquela em que realizou um mestrado e, aproveitando os conhecimentos teóricos de então, começou a procurar formas de se instalar.

Através de um projecto candidatado à Medida Agro 1 conseguiu apoios financeiros e, junto da Câmara Municipal de Bragança, encontrou um local para se instalar: a antiga escola primária de Refoios. Ao fim de um ano, Sandra tem já registada uma marca própria, “Montesino”,
“, através da qual
comercializa o mel que produz e que ela própria embala. Além do mel, aproveita todos os sub-produtos para velas e sabonetes, que depois vende com marca própria.

Quando iniciou não tinha qualquer alternativa e, como a própria diz, “não podia estar à espera que me fossem oferecer emprego a casa”. Foi dificil, mas os resultados estão à vista. Com 200 efectivos de colmeias conseguiu retirar uma tonelada de mel que foi completamente escoado para o mercado.

As principais dificuldades que tem continuam a estar ligadas directamente com a região. “Tudo o que preciso não está cá e isso obriga-me a fazer imensas via-gens”, aponta.

Já a seu favor teve a aceitação e receptividade das pessoas locais.
Desde o apoio da Casa do Mel, Sandra ressalta que, logo na primeira hora, conseguiu o apoio da autarquia local. “É fácil ficar porque há uma maior proximidade às pessoas e, quando os projectos são bons, há uma maior receptividade, maior do que noutros locais”.
considerou.

No entanto, deixa o aviso, “é preciso não desistir à primeira dificuldade”. Para entrar no mercado, além de bons produtos e boas ideias, é preciso saber vender e apostar na imagem. Sandra, por exemplo, acrescentou aos seus produtos mais valias que vão, desde a venda em frascos de barro, à venda de mel com produtos secos.

Depois, é preciso também insistir e mostrar os produtos. Na Internet tem uma página, (www.montesino.pt), que permite encomendas, mas a divulgação não se fica por aí.
“Sempre que possível, estou presente nas inúmeras feiras para criar contactos”. Mais tarde, segundo conta, são as pessoas que procuram e pedem velas, sabonetes e frasquinhos de mel para ofertas.

Instalada na região e com família, Sandra já tem projectos para o futuro que passam pela instalação de um Laboratório de Análises dos produtos apícolas, para apoio à exploração e procura de mercados mais específicos, nomeadamente das lojas gourmet onde começa a ter uma boa aceitação.

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